terça-feira, 5 de junho de 2012

Peixe-boi

O trabalho de resgate:

A escassez de recursos não parece ser um impedimento para um centro universitário de Porto Rico que luta há anos pela sobrevivência no Caribe do manati, conhecido no Brasil como peixe-boi, o simpático mamífero aquático ameaçado no mundo todo pela ação do homem.
Este animal, o único mamífero marinho completamente herbívoro, que chega a medir em idade adulta até três metros de comprimento e atinge um peso que pode superar facilmente a meia tonelada, está ameaçado pela poluição das águas, acidentes com redes de pesca e, sobretudo, o impacto das embarcações.

A espécie sofre perigo de extinção no Caribe e Porto Rico, território onde apenas restam cerca de 600 exemplares, número que contrasta com os entre 3.000 e 4.000 que o biólogo Antonio Mignucci calcula que sejam necessários para sua sobrevivência na ilha caribenha.
Só em Porto Rico, durante os últimos anos, morreram a cada ano cerca de dez exemplares, o que fez com que tanto as autoridades da ilha como dos Estados Unidos aprovassem leis que atualmente proíbem a caça deste mamífero.
O biólogo Antonio Mignucci está há mais de duas décadas trabalhando pela sobrevivência do manati, o popular peixe-boi, assim conhecido por sua forma peculiar e que habita o litoral do Caribe, a Bacia do Rio Amazonas e as costas da África.
O trabalho de assessoria deste cientista porto-riquenho transcende o continente americano e hoje é referência para biólogos e outros especialistas de todo o mundo, que requerem sua experiência para a defesa da espécie.

EFE

Perigo de extinção

Este animal, o único mamífero marinho completamente herbívoro, que chega a medir em idade adulta até três metros de comprimento e atinge um peso que pode superar facilmente a meia tonelada, está ameaçado pela poluição das águas, acidentes com redes de pesca e, sobretudo, o impacto das embarcações.
A docilidade do mamífero, cujo único predador é o homem, ao qual mesmo assim não teme, o faz se expor em muitas áreas de seu habitat aos golpes das embarcações e a sua caça indiscriminada, o que fez com que em poucos anos houvesse uma drástica redução no número de exemplares.
A espécie sofre perigo de extinção no Caribe e Porto Rico, território onde apenas restam cerca de 600 exemplares, número que contrasta com os entre 3.000 e 4.000 que Mignucci calcula que sejam necessários para sua sobrevivência na ilha caribenha.

EFE

'Guacara'

'Guacara' é um exemplo vivente dos problemas que o peixe-boi enfrenta na América. Trata-se de um exemplar procedente da Flórida, onde foi atingido em 2008 por uma embarcação no rio Wakulla, o que lhe deixou cicatrizes nas costas e lesões no diafragma e pulmões.
Hoje ele descansa no Centro de Conservação de Manatis de Porto Rico da Universidade Interamericana de Bayamón, gerida por Mignucci, onde a cada dia come cerca de 25 quilos de verduras e frutas.
'Guacara', que funciona no centro como pai substituto de filhotes órfãos da espécie, não é o único inquilino do centro, onde também é cuidada com carinho o filhote 'Aramana', resgatado em maio passado em uma praia de Dorado, localidade do norte da ilha caribenha.
Os cuidados de ambos precisam do trabalho desta equipe de 30 pessoas, que a cada dia contribuem para tornar realidade este projeto científico de resgate de exemplares, conservação e educação para a cidadania.

Legislação

Só em Porto Rico, durante os últimos anos, morreram a cada ano cerca de dez exemplares, o que fez com que tanto as autoridades da ilha como dos Estados Unidos aprovassem leis que atualmente proíbem a caça deste mamífero.
Em outros países da região a situação da espécie é muito mais comprometida, devido à falta de conscientização social e ao relaxamento das autoridades. Esse é o caso da vizinha República Dominicana, onde, inclusive, há menos peixes-boi do que em Porto Rico, apesar de o país possuir um litoral muito mais extenso.
Os parentes do peixe-boi antilhano que vivem nas águas litorâneas do sul dos Estados Unidos, México, América Central, Venezuela e norte do Brasil enfrentam problemas parecidos.
Os peixes-boi raramente se afastam do litoral, o que lhes transforma em um alvo fácil para caçadores, ao que é preciso somar o perigo que as embarcações e a poluição das águas representam devido à ação do homem.
O animal flutua perto da superfície e pode ficar debaixo d'água até 20 minutos, embora geralmente suba para respirar a cada cinco minutos.

A fim de lutar contra sua extinção, Mignucci iniciou em 1989 um projeto que há três anos é coordenado nas instalações do centro em Bayamón, na área metropolitana da capital porto-riquenha.
Mignucci luta para conseguir contribuições dos patrocinadores que contribuem para reunir os cerca de US$ 250 mil anuais necessários para manter este centro pioneiro no Caribe aberto, e onde se dá apoio e formação também à comunidade científica de vários países latino-americanos, especialmente Colômbia e Peru.
"Só em comida para os animais gastamos anualmente US$ 40 mil", diz Mignucci, rodeado de sua equipe de colaboradores, estudantes dos últimos anos da carreira de Biologia da Universidade Interamericana e de outros centros docentes da ilha.
O trabalho do centro reúne pesquisa, resgate destes animais e educação para os cidadãos sobre o perigo em que se encontra este inocente herbívoro.
Os problemas para os peixes-boi costumam se multiplicar quando nas localidades próximas a seus habitats o progresso favorece a proliferação de embarcações de recreio.
Muitos proprietários de barcos não tomam as medidas de segurança mínimas e acabam causando graves danos aos animais, feridos pelas hélices das lanchas que cortam o litoral de muitas ilhas do Caribe.
A espécie reagiu ao se ver ameaçada com a modificação de sua conduta reprodutiva, o que levou as fêmeas a antecipar entre cinco e oito anos a idade de parir os filhotes. A modificação da conduta reprodutiva fez com que as jovens fêmeas não saibam em muitos casos como se comportar com seus filhotes, mais expostos agora a não sobreviver nos primeiros anos de vida.

Referência internacional

Este centro porto-riquenho é hoje referência para alguns países latino-americanos que não contam com recursos.
Assim, o centro deu formação ao longo dos últimos anos a cientistas do ACOBIA-DWA ZOO, na área amazônica de Iquitos (Peru), onde se desenvolve um projeto de resgate de filhotes de peixes-boi.

Mignucci e sua equipe ajudaram também biólogos colombianos interessados nos peixes-boi da Fundação Omacha, ONG dedicada à pesquisa e conservação de recursos naturais com ênfase em ecossistemas aquáticos.
O trabalho de assessoria deste centro porto-riquenho também incluiu o Aquário de Santo Domingo da República Dominicana.
O Centro de Conservação de Manatis de Porto Rico prepara uma ampliação para o próximo verão com a construção de novas piscinas, o que permitirá o cuidado de até seis peixes-boi em suas instalações ao mesmo tempo.
O peixe-boi habita rios e estuários da bacia do mar do Caribe e fazia parte da dieta dos taínos, os indígenas que habitavam Porto Rico antes da chegada dos espanhóis.

Por Alfonso Rodríguez - EFE Reportagens Especiais

Extraído de: http://verde.br.msn.com/como-%c3%a9-o-trabalho-de-resgate-dos-peixes-boi-no-caribe?page=6

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