quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Maldita roda gigante.





Sempre tive medo de roda gigante e você sabia disso, ainda não sei se o meu vinha por imaginar que minha sapatilha podia cair daquela altura, ou se o medo vinha daquele brinquedo quebrar e eu ficar sozinha com nível de hipotermia {sei que neste ponto exagerei, mas era uma possibilidade ué}, ou se o medo era simplesmente de ver tudo que eu conhecia num tamanho totalmente reduzido e distante de mim. Por tais pré conceitos e possibilidades sempre fugi daquilo. 

Minha primeira vez... Foi há muito tempo, tive medo mas você segurou em minha mão forte e disse que daria tudo certo... Você prometeu que estaria ali em todo o momento e que o medo só não existiria mais se tentássemos... 
Ficamos naquela fila por vinte e oito minutos, o céu estava laranja com manchas rosadas, o sol estava se escondendo atrás da lanchonete principal, seu olhar estava devidamente apertado para mim e um sorriso torto estava ali debochando constantemente de mim, Eu?! Ali, suando, com raiva e com as pernas bambas. Inventei que queria fazer xixi, seria uma forma de sairmos dali. SEM SUCESSO. 

Já no assento você segurou minha mão e me fez prometer que eu não iria fechar os olhos por nada. Prometi. Houve um sussurro de eu te amo vindo de você, estava com raiva, e não retribui, apenas concordei com um movimento milimétrico com a cabeça, o botão foi acionado, encostei forte no assento e apertei sua mão. Aos risos você me lembra da promessa, olhos abertos, olhos abertos, olhos abertos. Quando no topo chegamos aquilo tudo parou. Fechei os olhos, chequei se ainda estava com as sapatilhas, meu coração quase parou junto com tudo aquilo, só pensava em como contabilizar minha raiva por você. Com um beijo na orelha, a voz mais suave e lenta disse: "- Amor, confia em mim e abra os olhos devagarzinho quando estiver pronta..." 

Bufei, e abri de uma vez os olhos. Queria logo acabar com aquela besteira. 

UAU. 

                             

Era a coisa mais incrível que já havia presenciado, o sol estava dando tchau para o dia e para nós, a pintura abstrata daquele imenso céu... A raiva foi passando, fui ficando menos tensa, olhei para você com um sorriso que não cabia dentro de mim... 

Sem dizer nada, o toque dos seus lábios foi o que senti... 

Lentamente o brinquedo foi ativado, descemos... 

Durante alguns minutos o único barulho que ouvimos foi do nosso silêncio.



                                                     Aquela maravilhosa sensação ficou para sempre em mim.  



  

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Uma cobra de duas cabeças não é tão incomum... Isto ocorre porque eram filhotes gêmeos de um mesmo zigoto que não se separaram corretamente.

Antônimo!


Numa noite qualquer, uma noite com céu estrelado, tudo escuro... A lua iluminando o lado de fora, e a luz do notebook iluminando meu quarto. Lembro-me da conversa inicial.. AFFEEE! mas logo o sorriso surge. As grosserias faziam parte, e apesar de ser ridículo tudo aquilo, esperava você ficar ali, online. 

As semanas passaram, as grosserias foram diluídas, mas não totalmente. Ogro era, ogrinho ainda é. 

Tive apenas um argumento para insistir naquilo, "não era possível ser tão rude, e se por acaso fosse de fato, não estimularia conversa nenhuma com outro alguém." Ai então notei que de ogro não tinha quase nada. 

Ok, não estamos falando de um príncipe encantado com cavalo branco e rosas na mão, estamos falando de alguém do tipo realmente real, da forma concreta, com a sinceridade na mente e no olhar. 

A paciência e insistência me fez companhia para então descobrir que... 

O olhar pro chão só oculta o brilho. 
A cara séria só esconde um belo sorriso com covinhas. 
O jeito rápido de andar só afasta os demais que querem seguir. 
A falta de sentimento só bloqueia o que está guardado lá dentro. 
A estupidez disfarça a preocupação. 

Antônimo de tudo aquilo que pré defini, antônimo de tudo aquilo que demonstrava ser, antônimo de tudo aquilo que acha que realmente é. 

As diferenças são notórias, estão ali, não as escondemos. A motivação faz irmos além. A implicância faz irmos longe, estamos sendo apenas, antônimos um do outro.    









quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Quis então ter a certeza e...



Tive um dia ruim, tive um sonho péssimo... Sonhei que tudo ao meu redor havia sumido, que todas as coisas que eu tinha haviam sido espalhadas pelo vento, não um vento qualquer... Aquele vento forte, do tipo que avisa que a tempestade está chegando sabe?! Então...  Sonhei que estava perdida, molhada, com frio, sozinha no meio do nada... 

Tive medo.  

Acordei assustada. 

Tive medo até mesmo de abrir os olhos. 

Os abri ... e UFA! Meu quarto estava do mesmo jeito. 

Mas e lá fora? 

Fiz um check no celular, estava tudo aparentemente normal... Com quatro mensagens não lidas, um download efetuado, e sinal. Opa, mais uma evidência de que o mundo lá fora ainda é mundo. 

Quis então ter a certeza e... 


Nossa... O que falar daquilo tudo? Demorei alguns minutinhos vendo aquilo e pensando no tudo e no nada... Era a coisa mais... mais... mais grandiosa que já havia presenciado. 

Um nascer do sol, ali, para mim. O barulho do silêncio tomava conta do ambiente. A escuridão  estava dando espaço para a claridade do dia, para o brilho do sol. 

No seu tempo, aos pouquinhos o dia foi se tornando dia, o escuro foi esquecido, a solidão arquivada, o sorriso surgiu sem ao menos notar. Ali estava, tudo o que eu precisava, a oportunidade de começar tudo de novo de novo.

O dia estava surgindo, e de pé na varanda pude concluir que ele seria da forma que eu definisse. 


O novo começa diariamente, vai de você, se basear num sonho ruim, ou concretizar o novo que está lá fora esperando apenas você levantar o olhar e seguir. 






domingo, 6 de outubro de 2013

Um caminho diferente.


Tenho seguido um caminho diferente desde que tudo mudou, desde que aquele caminho foi interditado, não por uma reforma como já ocorreu anteriormente, mas sim por um desmoronamento sim, um desmoronamento, o fim daquele caminho. 
Tive que mudar minha rota sem ao menos querer, sem ao menos planejar, sem ao menos pensar, mudei. 

No começo foi o caminho mais assustador, e mais solitário de todos, as pessoas que por ali passavam não transmitiam sentimento nem nada, até a respiração era contida.... {antigo caminho fazendo falta...}
Tive que me adaptar aquilo, sem ao menos querer, sem ao menos planejar, sem ao menos pensar, me adaptei.


Tudo aquilo que um dia listamos juntos como ideais, numa folha um tanto quanto amassada, rasurada até, todo um futuro feliz num pedaço de papel... 

Para ser sincera nem lembrava mais que um dia fizemos isso, achei a tal listinha dentro da nossa caixinha de bagunça do amor, repleto de bilhetinhos melosos e antigos, tickets de cinema, guardanapo da nossa sorveteria preferida... Achei também um envelope lacrado, ali havia uma carta... carta da qual nunca lhe entreguei... {Talvez se eu tivesse entregue....}

Comecei a ler um a um... No segundo eu te amo, já havia me cansado... Então guardei... Só deixei separado o nosso futuro... 

Li por diversas vezes, li li li li... Só haviam planos meus, lembrei-me então do dia em que a fizemos, estávamos lado a lado, combinamos que diríamos em ordem eu e você, eu e você, eu e você eu e você... Mas colocamos no papel somente aquilo que era da minha vontade: eu e você, eu e você, eu e você, eu e você... {Talvez se eu tivesse te escutado...} Dobrei a minha lista com os meus desejos... 
Tive então que aceitar aquilo, sem ao menos querer, sem ao menos replanejar, sem ao menos repensar, aceitei. 

Peguei minha bolsa, tranquei a porta, ali pendurado ainda estava o nosso chaveiro... Não havia mais sentido ele ali, tirei e entreguei ao primeiro casal feliz, de mãos dadas que avistei, {Foi tão rápido que...} Apenas sorri e entreguei.. 
Tive que entregar aquilo, sem ao menos querer, sem ao menos planejar, sem ao menos pensar, entreguei. 

Depois de um bom tempo analisando tudo em minha volta, as pessoas, os risos, o vento, o silêncio, a conversa, o tudo dos outros, comecei a ver apenas aquilo que estava ali, que estava em mim, apenas o eu {Sem você...} 

O caminho não era mais tão estranho, o caminho era eu. 

Tive que olhar, tive que querer, tive que planejar, tive que pensar... 
                                                                                                                                     olhei. 





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