quarta-feira, 12 de setembro de 2012

CCZ - Bicheira



Hoje tive uma experiência diferente..

Nossa aula de ecologia foi a campo, visitamos o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Santana.
Depois de palestras sobre animais sinantrópicos. Pudemos ver os animais que lá estavam, disponíveis para adoção {realmente dá vontade de levar todos para casa}, alguns sendo tratados, maternidade, geriatria, feridos e doentes. 

Dentre eles, havia uma égua, hiper magra, super dócil, com a cara mais triste/dor que já tinha visto. Pudemos ver que as patas dianteiras sangravam, e da barriga* pingava sangue.. 

Aqui está, optei por não tirar foto do ferimento. Conseguimos perceber que realmente está BEEEM abaixo do peso.

Com a explicação, descobrimos que aquele animal estava com bicheira, eu já havia ouvido falar anteriormente.. Mas ao ver tal situação... resolvi me aprofundar no assunto.. 

Pois bem, afinal o que é a bicheira?
De uma forma bem simples... é uma doença causada pela invasão do tecido cutâneo por larvas de moscas, que afeta diversos animais. Por tratar de parasitas, precisam se alimentar de tecidos vivos dos animais.
Conhecida popularmente como 'mosca varejeira' ela deposita seus ovos em feridas abertas, normalmente acompanhada de mau cheiro.
Os ovos eclodem, e as larvas se alimentam dos tecidos do animal, ocorrendo também a necrose no local.




 "C. hominivorax desenvolve-se em regiões com temperaturas médias entre 20 e 30º C e Umidade Relativa do Ar superiores a 70%, sendo portanto, encontrada praticamente em todo o território brasileiro, cujo clima tropical favorece a sua proliferação.
A sua incidência maior é no período das águas, quando as temperaturas se elevam dando condições favoráveis.
No verão por exemplo, se encontram nos arredores das florestas, onde encontram grande abundância de animais domésticos e selvagens.
As moscas fêmeas da C. hominivorax são fortemente atraídas para as feridas dos animais, devido à presença de sangue e do cheiro que são emanados destas.
Ao encontrar um ferimento aberto, a mosca oviposita nos seus bordos e entre 12 e 18 horas eclodem as primeiras larvas, iniciando a penetração nas feridas para alimentarem-se.
Existem situações em que, dependendo da localização da bicheira, as infestações se tornam profundas, caracterizando uma miíase cavitária, havendo casos em que vasos sangüíneos são atingidos provocando morte dos animais por hemorragia.
O oviposição dos ovos da C. hominivorax é feita em feridas recentes, oriundas de castração, descorna, marcação, em recém-nascidos por exposição de umbigo, afecções do casco, mordeduras de morcegos, picadas de carrapatos, larvas de berne, feridas traumáticas por brigas de animais, arames, pedaços de madeira e objetos pontiagudos (ferrão, pregos) etc..
Vários infestações podem ocorrer na mesma ferida, o que aumenta consideravelmente o número de larvas infestantes, podendo levar o animal à morte.
O período de duração do ciclo e desenvolvimento da larva da mosca nas feridas, varia de 5 a 7 dias.
Esse estágio parasitário compreende 1º, 2º e 3º ínstar e, ao alcançar o último a larva se desloca da ferida caindo no solo, onde se transforma em pupa.
As larvas por um fototropismo negativo (fogem da luz), penetram no solo onde se enterram entre 2,5 a 5 cm de profundidade, iniciando o período de pupação que pode variar de 8 a 10 dias.
A larva atinge o estágio de pupa e passa por um processo de metamorfose, transformando-se em mosca adulta.
Após 5 dias, ao emergir da pupa, a C. hominivorax copula e inicia a sua fase reprodutiva.
A primeira postura pode ocorrer 5 a 10 dias após a cópula, continuando até os 45 dias de vida, sendo a média de 28-30, com um número aproximado de 400 ovos."


Extraído de: http://www.msd-saude-animal.com.br/Doencas/Bicheiras/025_Ciclo_Evolutivo.aspx



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