terça-feira, 2 de julho de 2013

Se há o fim, haverá o começo.




Há quem diga que o fim, é onde tudo termina, onde não há mais saída, onde não há mais escolha. Uma vez ouvi uma história da qual uma moça fez do fim o começo. 
Durante um bom tempo não entendia o que aquela frase queria realmente dizer, e qual sentido ela deveria transmitir. 

Mas como dizem, você só entende algo, quando de fato passa por aquilo... Não adianta dizer que perder alguém para a morte é terrível, se você nunca perdeu alguém. Não adianta dizer que cozinhar é fácil, se nem miojo fez. Não adianta dizer que o mundo lá fora é melhor, se você é prisoneiro de uma mente perturbada, simplesmente não adianta. 

Num momento qualquer, a porta se abriu... Abriu de repente, com um vento forte e com o pior acompanhamento, a tempestade. Aquela tempestade que você imagina que pode chegar devido a densidade e coloração alterada das nuvens no céu, porém mesmo assim você sabe que tem a probabilidade de não chover, e nessa incerteza as roupas estão estendidas no varal. 

Todos ao redor já se preparavam, já fecharam portas e janelas, já recolheram as roupas, e simplesmente esperaram aquilo que tendenciava a vir, de fato chegar. 

Acreditei, que um vento forte viria, levaria para longe as nuvens, e traria de volta o céu azul, juntamente com o sol. 
E então despreparada esperei. 

Ao final do dia, quando já estava longe, num universo de pensamentos, vendo do lado de fora as roupas quase voando, sentindo pela janela o vento mais forte, e a perda das folhas drasticamente... Permaneci ali, e acompanhei lentamente a tempestade vir. 

E sim, ela veio. 

Invadiu sem permissão os quartos, molhou inteiramente o chão da cozinha, levou para longe a antena que estava fixa no telhado, agora no quintal do vizinho... 
Raios e trovões fizeram com que a luz acabasse... 

E ali permaneci, me deixei levar por aquele momento, até então ruim... 
Acordei acordada. Corri.

Fechei tudo, e dormi. 

No dia seguinte, esperei que lá fora estivesse ainda pior..

Abri a janela e me assustei... 

O céu estava azul, sem nenhuma nuvem, os passarinhos que ontem não haviam, hoje estavam voando e cantando. 

Ventania? A mais bela e gostosa brisa. 

Levantei, limpei a sujeira do dia anterior... 

A antena não era mais importante, a luz elétrica desnecessária naquele momento. 

Abri as portas, abri as janelas, abri tudo... 

Pois vi, que havia começado, o começo.







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