sexta-feira, 19 de julho de 2013

Pra onde então ir?




 
És que acordo, me arrumo, e sigo o caminho do dia a dia, como tenho feito no último um ano todos os dias. Nada além do normal, 8hrs de um linda manhã de primavera. Apesar da paisagem ser linda {me acostumei a ver beleza ali}, e eu estar acostumada com tudo aquilo diariamente, estava cansada. 

O trajeto estava sendo mais lento nos últimos meses, havia dias que percorria-o correndo e feliz, para logo chegar a linha de chegada.
 Havia dias que eu enrolava na cama para tentar fugir do tal trajeto, havia dias de escuridão, de chuva, de ventanias, e até mesmo de barulhos estranhos no tal trajeto, e em dias assim a vontade era simplesmente não faze-lo. 

Mas, de repente o caminho foi interditado, havia uma mensagem, nada de aviso prévio, nada de preparação, nada de nada, apenas uma escrita mal feita:
 NÃO PODE MAIS SER PERCORRIDO, INTERDITADO. 

O que era aquilo? O fim?!

Acontece que naquele dia eu já estava desanimada, e o tal cartaz só me trouxe uma certeza, a certeza mais dolorosa de todas: Pra que seguir por um caminho onde havia o medo e a felicidade? Pra que seguir por um caminho que não havia estabilidade? Pra que seguir por um caminho que... Não me fazia tão bem quanto no começo?

No momento, sentei e chorei. Nem sei por quanto tempo fiquei ali...
 Alguns passavam e diziam: Pra que tudo isso? Sabíamos que uma hora ele seria interditado, não fica assim, tem outros caminhos, posso te dar uma carona e blá blá blá...

Não importa o que ouvia, o caminho que eu queria era aquele. 

Uma semana depois, não podia mais não seguir. 

Então és que acordo, me arrumo, e sigo o caminho... O caminho novo, pela primeira vez completo, já havia começado uma vez, mas tive medo e sempre voltei à rotina. 

O medo era imenso, era tudo novidade, e se...

Mas, as coisas mudaram. Não fui eu que desisti do caminho, o caminho me abandonou. 

E o novo estava lá, então tentei.

E qual foi minha surpresa logo de cara? Era lindo, havia grama ao redor, ouvia o canto dos pássaros, haviam amoras por todo o caminho ao chão. 

ARRISQUEI e fui surpreendida, e me fez bem. 

No dia seguinte, o medo foi maior... A tempestade veio, e naquele momento quis novamente desistir, mas ao contrário do que eu esperava, a tempestade foi passageira e aquele céu que tinha todos os motivos para permanecer cinzento, se abriu diante de mim, e o sol novamente surgiu. 

E conclui que: Se faz bem, não pode fazer mal. 

Há noites que sonho com o antigo caminho, há dias que andando e observando todas as novidades, me dá uma saudade daquele caminho rústico e até mesmo mal cuidado... Quando isso acontece, olho pra frente, sorrio, e vejo que ao meu lado hoje há companhia. 

Pode ser que um dia, um dia, o antigo caminho seja reinaugurado, pode ser também que não... 

De verdade? É isso que quero que aconteça, que seja lindo novamente como um dia foi, que seja tratado e zelado como de fato merece, por alguém que saiba talvez valoriza-lo e até mesmo poda-lo quando possível. 

Mas, tenho acordado todos os dias, querendo desfrutar do novo caminho que me faz bem, cada vez mais e mais.


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