És que acordo, me arrumo, e sigo
o caminho do dia a dia, como tenho feito no último um ano todos os dias. Nada
além do normal, 8hrs de um linda manhã de primavera. Apesar da paisagem ser
linda {me acostumei a ver beleza ali}, e eu estar acostumada com tudo aquilo diariamente,
estava cansada.
O trajeto estava sendo mais lento nos últimos meses, havia dias
que percorria-o correndo e feliz, para logo chegar a linha de chegada.
Havia
dias que eu enrolava na cama para tentar fugir do tal trajeto, havia dias de
escuridão, de chuva, de ventanias, e até mesmo de barulhos estranhos no tal
trajeto, e em dias assim a vontade era simplesmente não faze-lo.
Mas, de repente o caminho foi
interditado, havia uma mensagem, nada de aviso prévio, nada de preparação, nada
de nada, apenas uma escrita mal feita:
NÃO PODE MAIS SER PERCORRIDO,
INTERDITADO.
O que era aquilo? O fim?!
Acontece que naquele dia eu já
estava desanimada, e o tal cartaz só me trouxe uma certeza, a certeza mais
dolorosa de todas: Pra que seguir por um caminho onde havia o medo e a
felicidade? Pra que seguir por um caminho que não havia estabilidade? Pra que seguir
por um caminho que... Não me fazia tão bem quanto no começo?
No momento, sentei e chorei. Nem
sei por quanto tempo fiquei ali...
Alguns passavam e diziam: Pra que tudo isso?
Sabíamos que uma hora ele seria interditado, não fica assim, tem outros caminhos,
posso te dar uma carona e blá blá blá...
Não importa o que ouvia, o
caminho que eu queria era aquele.
Uma semana depois, não podia mais
não seguir.
Então és que acordo, me arrumo, e
sigo o caminho... O caminho novo, pela primeira vez completo, já havia começado
uma vez, mas tive medo e sempre voltei à rotina.
O medo era imenso, era tudo
novidade, e se...
Mas, as coisas mudaram. Não fui
eu que desisti do caminho, o caminho me abandonou.
E o novo estava lá, então tentei.
E qual foi minha surpresa logo de
cara? Era lindo, havia grama ao redor, ouvia o canto dos pássaros, haviam
amoras por todo o caminho ao chão.
ARRISQUEI e fui surpreendida, e
me fez bem.
No dia seguinte, o medo foi
maior... A tempestade veio, e naquele momento quis novamente desistir, mas ao
contrário do que eu esperava, a tempestade foi passageira e aquele céu que
tinha todos os motivos para permanecer cinzento, se abriu diante de mim, e o
sol novamente surgiu.
E conclui que: Se faz bem, não
pode fazer mal.
Há noites que sonho com o antigo
caminho, há dias que andando e observando todas as novidades, me dá uma saudade
daquele caminho rústico e até mesmo mal cuidado... Quando isso acontece, olho
pra frente, sorrio, e vejo que ao meu lado hoje há companhia.
Pode ser que um dia, um dia, o
antigo caminho seja reinaugurado, pode ser também que não...
De verdade? É isso que quero que
aconteça, que seja lindo novamente como um dia foi, que seja tratado e zelado
como de fato merece, por alguém que saiba talvez valoriza-lo e até mesmo
poda-lo quando possível.
Mas, tenho acordado todos os
dias, querendo desfrutar do novo caminho que me faz bem, cada vez mais e mais.
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