Tudo um dia fiz,
tudo um dia mudei, tudo um dia esqueci, tudo um dia refiz. Houve época da existência de nós, os meus planos não
eram mais meus, e sim nossos. Planos? Tínhamos, e não eram poucos, havia
contéudo, havia fantasia, havia mentira. Ah, maldita mentira mostrando a
verdade num mundo de planos formados, feitos e refeitos. Nos aventuramos em mil
e vinte duas promessas, pois vimos que mil não eram o suficiente para o
infinito de nós dois, mas e ai, você mudou, mudou sozinho, mudou de lugar,
mudou de situação, mudou de opinião, mudou de nós.
domingo, 29 de dezembro de 2013
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Tudo então aconteceu. Aconteceu tudo então. Então tudo aconteceu.
Tudo então aconteceu.
Aconteceu tudo então.
Então tudo aconteceu.
Os dias eram melhores com você por perto.
Os dias eram melhores com você longe.
O suor das suas mãos nas minhas gerava conforto.
O suor das suas mãos nas minhas... Me irritava.
Tudo era do nosso jeito.
Tudo era de jeito nenhum.
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
"E se o meu olhar cruzar com o seu..."
Sonhei com uma música, acordei cantarolando, escovei os dentes num ritmo imaginário e numa versão feita por mim... 11h e eu ainda repetindo sem parar em todos tons, ritmos, e velocidades possíveis...
Aquela pequena e viciante frase estava me irritando, então na intenção de me libertar da frase e dos pensamentos em você, ligo o playlist em modo aleatório, afim de me aventurar nas escolhas loucas e as vezes até ideais e bem-vindas deste acervo gigante de músicas.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Maldita roda gigante.
Sempre tive medo de roda gigante e você sabia disso, ainda não sei se o meu vinha por imaginar que minha sapatilha podia cair daquela altura, ou se o medo vinha daquele brinquedo quebrar e eu ficar sozinha com nível de hipotermia {sei que neste ponto exagerei, mas era uma possibilidade ué}, ou se o medo era simplesmente de ver tudo que eu conhecia num tamanho totalmente reduzido e distante de mim. Por tais pré conceitos e possibilidades sempre fugi daquilo.
Minha primeira vez... Foi há muito tempo, tive medo mas você segurou em minha mão forte e disse que daria tudo certo... Você prometeu que estaria ali em todo o momento e que o medo só não existiria mais se tentássemos...
Ficamos naquela fila por vinte e oito minutos, o céu estava laranja com manchas rosadas, o sol estava se escondendo atrás da lanchonete principal, seu olhar estava devidamente apertado para mim e um sorriso torto estava ali debochando constantemente de mim, Eu?! Ali, suando, com raiva e com as pernas bambas. Inventei que queria fazer xixi, seria uma forma de sairmos dali. SEM SUCESSO.
Já no assento você segurou minha mão e me fez prometer que eu não iria fechar os olhos por nada. Prometi. Houve um sussurro de eu te amo vindo de você, estava com raiva, e não retribui, apenas concordei com um movimento milimétrico com a cabeça, o botão foi acionado, encostei forte no assento e apertei sua mão. Aos risos você me lembra da promessa, olhos abertos, olhos abertos, olhos abertos. Quando no topo chegamos aquilo tudo parou. Fechei os olhos, chequei se ainda estava com as sapatilhas, meu coração quase parou junto com tudo aquilo, só pensava em como contabilizar minha raiva por você. Com um beijo na orelha, a voz mais suave e lenta disse: "- Amor, confia em mim e abra os olhos devagarzinho quando estiver pronta..."
Bufei, e abri de uma vez os olhos. Queria logo acabar com aquela besteira.
UAU.
Era a coisa mais incrível que já havia presenciado, o sol estava dando tchau para o dia e para nós, a pintura abstrata daquele imenso céu... A raiva foi passando, fui ficando menos tensa, olhei para você com um sorriso que não cabia dentro de mim...
Sem dizer nada, o toque dos seus lábios foi o que senti...
Lentamente o brinquedo foi ativado, descemos...
Durante alguns minutos o único barulho que ouvimos foi do nosso silêncio.
Aquela maravilhosa sensação ficou para sempre em mim.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Antônimo!
Numa noite qualquer, uma noite com céu estrelado, tudo escuro... A lua iluminando o lado de fora, e a luz do notebook iluminando meu quarto. Lembro-me da conversa inicial.. AFFEEE! mas logo o sorriso surge. As grosserias faziam parte, e apesar de ser ridículo tudo aquilo, esperava você ficar ali, online.
As semanas passaram, as grosserias foram diluídas, mas não totalmente. Ogro era, ogrinho ainda é.
Tive apenas um argumento para insistir naquilo, "não era possível ser tão rude, e se por acaso fosse de fato, não estimularia conversa nenhuma com outro alguém." Ai então notei que de ogro não tinha quase nada.
Ok, não estamos falando de um príncipe encantado com cavalo branco e rosas na mão, estamos falando de alguém do tipo realmente real, da forma concreta, com a sinceridade na mente e no olhar.
A paciência e insistência me fez companhia para então descobrir que...
O olhar pro chão só oculta o brilho.
A cara séria só esconde um belo sorriso com covinhas.
O jeito rápido de andar só afasta os demais que querem seguir.
A falta de sentimento só bloqueia o que está guardado lá dentro.
A estupidez disfarça a preocupação.
Antônimo de tudo aquilo que pré defini, antônimo de tudo aquilo que demonstrava ser, antônimo de tudo aquilo que acha que realmente é.
As diferenças são notórias, estão ali, não as escondemos. A motivação faz irmos além. A implicância faz irmos longe, estamos sendo apenas, antônimos um do outro.
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Quis então ter a certeza e...
Tive um dia ruim, tive um sonho péssimo... Sonhei que tudo ao meu redor havia sumido, que todas as coisas que eu tinha haviam sido espalhadas pelo vento, não um vento qualquer... Aquele vento forte, do tipo que avisa que a tempestade está chegando sabe?! Então... Sonhei que estava perdida, molhada, com frio, sozinha no meio do nada...
Tive medo.
Acordei assustada.
Tive medo até mesmo de abrir os olhos.
Os abri ... e UFA! Meu quarto estava do mesmo jeito.
Mas e lá fora?
Fiz um check no celular, estava tudo aparentemente normal... Com quatro mensagens não lidas, um download efetuado, e sinal. Opa, mais uma evidência de que o mundo lá fora ainda é mundo.
Quis então ter a certeza e...
Nossa... O que falar daquilo tudo? Demorei alguns minutinhos vendo aquilo e pensando no tudo e no nada... Era a coisa mais... mais... mais grandiosa que já havia presenciado.
Um nascer do sol, ali, para mim. O barulho do silêncio tomava conta do ambiente. A escuridão estava dando espaço para a claridade do dia, para o brilho do sol.
No seu tempo, aos pouquinhos o dia foi se tornando dia, o escuro foi esquecido, a solidão arquivada, o sorriso surgiu sem ao menos notar. Ali estava, tudo o que eu precisava, a oportunidade de começar tudo de novo de novo.
O dia estava surgindo, e de pé na varanda pude concluir que ele seria da forma que eu definisse.
O novo começa diariamente, vai de você, se basear num sonho ruim, ou concretizar o novo que está lá fora esperando apenas você levantar o olhar e seguir.
domingo, 6 de outubro de 2013
Um caminho diferente.
Tenho seguido um caminho diferente desde que tudo mudou, desde que aquele caminho foi interditado, não por uma reforma como já ocorreu anteriormente, mas sim por um desmoronamento sim, um desmoronamento, o fim daquele caminho.
Tive que mudar minha rota sem ao menos querer, sem ao menos planejar, sem ao menos pensar, mudei.
No começo foi o caminho mais assustador, e mais solitário de todos, as pessoas que por ali passavam não transmitiam sentimento nem nada, até a respiração era contida.... {antigo caminho fazendo falta...}
Tive que me adaptar aquilo, sem ao menos querer, sem ao menos planejar, sem ao menos pensar, me adaptei.
Tudo aquilo que um dia listamos juntos como ideais, numa folha um tanto quanto amassada, rasurada até, todo um futuro feliz num pedaço de papel...
Para ser sincera nem lembrava mais que um dia fizemos isso, achei a tal listinha dentro da nossa caixinha de bagunça do amor, repleto de bilhetinhos melosos e antigos, tickets de cinema, guardanapo da nossa sorveteria preferida... Achei também um envelope lacrado, ali havia uma carta... carta da qual nunca lhe entreguei... {Talvez se eu tivesse entregue....}
Comecei a ler um a um... No segundo eu te amo, já havia me cansado... Então guardei... Só deixei separado o nosso futuro...
Li por diversas vezes, li li li li... Só haviam planos meus, lembrei-me então do dia em que a fizemos, estávamos lado a lado, combinamos que diríamos em ordem eu e você, eu e você, eu e você eu e você... Mas colocamos no papel somente aquilo que era da minha vontade: eu e você, eu e você, eu e você, eu e você... {Talvez se eu tivesse te escutado...} Dobrei a minha lista com os meus desejos...
Tive então que aceitar aquilo, sem ao menos querer, sem ao menos replanejar, sem ao menos repensar, aceitei.
Peguei minha bolsa, tranquei a porta, ali pendurado ainda estava o nosso chaveiro... Não havia mais sentido ele ali, tirei e entreguei ao primeiro casal feliz, de mãos dadas que avistei, {Foi tão rápido que...} Apenas sorri e entreguei..
Tive que entregar aquilo, sem ao menos querer, sem ao menos planejar, sem ao menos pensar, entreguei.
Depois de um bom tempo analisando tudo em minha volta, as pessoas, os risos, o vento, o silêncio, a conversa, o tudo dos outros, comecei a ver apenas aquilo que estava ali, que estava em mim, apenas o eu {Sem você...}
O caminho não era mais tão estranho, o caminho era eu.
Tive que olhar, tive que querer, tive que planejar, tive que pensar...
olhei.
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
At 20:35
"Mais bem aventurado é dar do que receber"
Atos 20:35
Definição:
Bem aventurado: adj. Muito venturoso, muito feliz, que favorece.
Ao lermos este versículo podemos concluir: AHHN?! É ÓBVIO QUE PREFIRO RECEBER!! Digo isto pois eu era assim, morria de ansiedade quando meu aniversário estava chegando (lê-se 40, 50 dias...}, tudo pois, naquela data eu receberia presentes.
Com o passar do tempo passei...
a dar, mas dava no intuito de também receber, " - Preciso comprar algum presentinho para fulana, pois logo logo o meu aniversário está chegando.."
E ai,
Que sempre me deparava com duas vertentes:
-A tal fulana retribuiu e também me presenteou de alguma forma
-A tal fulana nada me deu, e frustração surgia " - Ano que vem também não darei nada."
Por muitas vezes damos por dar,
Por muitas vezes damos para receber,
E por muitas vezes nem damos.
Durante toda minha vida, vi meus pais dando , presenteando, suprindo... E o que eles amam fazer é justamente isso: DAR sem intenção de RECEBER.
Ficava feliz quando eles me davam, mas, nem sempre concordava com esse "tal de dar" para pessoas que nem sempre estão próximas, as vezes até desconhecidas...
Com o passar do tempo percebi...
{aos pouquinhos} que era mais gratificante dar, dar sem pretensão, dar por carinho, dar por necessidade, dar por poder ajudar...
Com o passar do tempo conclui...
que o dar nem sempre envolvia o material...
Dar envolve o sentimento e fim. Mas vai de você saber qual a forma que este sentimento será definido, seja numa flor, num relógio, numa carta, num carro, num sorriso, num abraço...
Com o passar do tempo tenho aprendido...
que MAIS bem aventurado é dar do que receber, independente do que seja, sendo de coração se torna válido.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
O que é beleza ?
A beleza é seu estado de espírito.
É como nos dispomos a viver.
A beleza é o que carrego comigo.
O que é moda hoje, pode ser ultrapassado amanhã e assim deixar de ser belo...
O jovem e vistoso se não viver a "beleza" da vida, não terá a oportunidade de estar com rugas amanhã e continuar "belo".
Hoje é anabela, amanhã poderá ser: sapatilha, bota, chinelo, mas a beleza vai está no andar...
Ah, horas no salão de beleza só vai valer a pena se vc tiver com quem dividir...Pode ser o sorriso da sua plena felicidade de estar bonita, pode ser um pão com manteiga ou um risoto. Se não tiver, ficara com a beleza na solidão, no vazio e o vazio não é belo...
Pode ser que vc divida com seu cachorro, com seu filho, com um grande amor...Mas a beleza estará no dividir...Dividir a felicidade de estar bela, dividir a beleza que é dividir...
Devemos ser mesmo obcecado pela beleza... Pela beleza de viver.
Por minha mãe
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Eu lembrei...
Tudo estava dentro da zona do esquecimento, na gaveta emperrada, no pote em cima do armário, no porão trancado, no lado de fora da casa... Assim estava sendo, eu sabia onde tudo estava detalhadamente, mas optei simplesmente por mante-las ali. Mas aí...
Eu resolvo entrar na zona da lembrança que faz esquina com a saudade, lubrifico as travas da gaveta e a abro, subo na cadeira e pego o pote, aquele pote... Tenho uma cópia da chave do porão...
Ahh ... Que sensação... ... ... Ahh ...
Fiz questão de lembrar de tudo, tudo tudo mesmo... Afinal eu sabia onde tudo estava, e sabia disso detalhadamente...
Lembrei, ah como eu lembrei, todos os bons momentos, tudo aquilo que me fez bem. Mesmo não mais real, o sentimento bom fez tudo presente, novamente.
As lembranças me fazem querer voltar ao tempo, e aproveitar aquilo, ali... Qualquer coisa faria eu voltar, até o mais simples e rápido momento.
A porta se abre... O vento invade o ambiente, o vento invade minha mente, o vento me traz de volta...
Lembro então, o por qual motivo deixei as piores coisas ali, na varanda, do lado de fora, bem ali... Na porta de entrada.
Faço meia volta me despeço da lembrança, não avisto mais a saudade, a gaveta fechada emperra novamente, tranco o porão, o pote volta para o topo do armário, e por fim, fecho a porta.
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Façam planos..
Façam planos, mas não adie a vida.
Conservem a beleza, mas não deixe de sair.
Junte dinheiro, mas nao deixe de gastar.
Façam regime, mas não deixe de aproveitar um prato gostoso e suculento.
Termine um namoro, mas comece outro ou tente acertar novamente os ponteiros.
Planeje viajar, mas enquanto não for, passeie por aqui mesmo.
Sonhe, mas viva o hoje, porque é o que temos para agora.
Assistam filmes e torçam pelo mocinho, mas saibam a diferença entre realidade e ficção.
Briguem, mas façam as pazes.
Peçam perdão e perdoe.
Dizem por ai que a beleza está nos olhos de quem vê...
Então se for preciso, use óculos e aumente o seu espelho, olhem para si mesma.
Por: minha mãe
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Foi aí então que, de repente a ficha caiu.
Quando tudo de repente mudou me vi só.
Durante muito tempo vi a mesma cena diante de meus olhos, a sala vazia, sua caneca preferida no fundo do armário.
O ambiente estava como sempre, como todas as vezes, mas totalmente vazio, como se tudo fosse diferente e completamente fora de sintonia.
Aquelas nossas músicas que nos embalavam à passos estranhos, risadas sem sentido, e o lá lá lá de sempre, não estavam mais lá.
Tudo era igual, mas tudo diferente.
Decidi então trazer você de volta.
Aquelas nossas fotos bonitas, aquelas poucas fotos foram colocadas no porta retrato, no devido lugar.
Lugar onde nunca colocamos. Espalhei todas pela casa.
Lembrei-me então de todas as vezes em que você pedia apenas para tirarmos uma foto, e eu todas, na grande maioria, das vezes recusava.
Mas, momentaneamente me senti realizada, afinal ali você estava.
Fiz seu chá preferido, usei sua caneca, sentei-me no sofá, no seu antigo lugar.
Liguei a tv, me ajeitei.
Coloquei almofadas, estiquei as pernas, encolhi as pernas, e nada.
Nenhuma posição me deixava confortável... Notei então que este tempo todo você cedeu o melhor lugar para mim.
Voltei para o meu lugar, dei um gole naquele chá quente, fechei os olhos e lembrei-me como éramos.
Decidi no fim da tarde que iria naquele restaurante, e sentaria naquela mesa no fundo do lado direito, próximo ao banheiro, que na grande maioria das vezes sempre estava vazia.
Me arrumei. Deu uma saudade louca de usar todos os presentes que ganhei de você, mas sabia que o look resultaria numa caça verde, sapatilha roxa, camisa azul com rosa, brincos dourados, relógio prateado, bolsa azul klein.
Estava parecendo um amontoado de retalhos de uma costureira.
Vesti então a roupa que você mais gostava.
Pude escutar minha memória suas palavras de sempre: - Você é a mais linda.
Sorri.
No caminho lembrei-me do primeiro dia que comemos ali, a demora imensa para escolha do prato, os momentos de silêncio e a observação em cada detalhe, e gesto um ao outro.
Nas vezes seguintes éramos reconhecidos e atendidos pelo mesmo garçom gordo, velho e careca, que sempre nos levava direto à nossa mesa, e sempre fazia o mesmo pedido, e ao final trazia aquele bolo de chocolate, o meu favorito.
Então cheguei.
Procurei, não vi o garçom, disseram-me que ele havia mudado de cidade fazia três meses.
Triste fui direto à nossa mesa, mesa que estava ocupada.
Ocupada com dois jovens, conversando e acariciando a mão um do outro.
Me assustei, e de repente a ficha caiu.
Vi que tudo ao meu redor estava mudando, que ali naquela mesa não era mais você e eu.
Perdi a fome, sai do restaurante, voltei para casa.
Mudei o caminho.
Entrei em meu quarto, olhei-me no espelho, vi que aquilo vestido me deixava gorda.
Reparei que aquela nossa foto que era minha preferida, eu estava vesga, e tinha um pontinho verde no seu dente.
Lembrei-me de todas as vezes que você sempre disse que aquele bolo era doce demais.
Peguei a caneca que havia deixado na mesinha de centro, e notei que a mesma estava trincada, e a porcelana da alça lascada.
Me assustei, e de repente a ficha caiu.
Tirei meus brincos, aquele que ganhei de presente de aniversário, cinco pedrinhas estavam faltando.
A alça da bolsa estava começando a descosturar.
Olhei no relógio, estava marcando 15h00
A bateria havia acabado, e nem percebi.
Foi aí então que, de repente a ficha caiu.
Nas vezes seguintes éramos reconhecidos e atendidos pelo mesmo garçom gordo, velho e careca, que sempre nos levava direto à nossa mesa, e sempre fazia o mesmo pedido, e ao final trazia aquele bolo de chocolate, o meu favorito.
Então cheguei.
Procurei, não vi o garçom, disseram-me que ele havia mudado de cidade fazia três meses.
Triste fui direto à nossa mesa, mesa que estava ocupada.
Ocupada com dois jovens, conversando e acariciando a mão um do outro.
Me assustei, e de repente a ficha caiu.
Vi que tudo ao meu redor estava mudando, que ali naquela mesa não era mais você e eu.
Perdi a fome, sai do restaurante, voltei para casa.
Mudei o caminho.
Entrei em meu quarto, olhei-me no espelho, vi que aquilo vestido me deixava gorda.
Reparei que aquela nossa foto que era minha preferida, eu estava vesga, e tinha um pontinho verde no seu dente.
Lembrei-me de todas as vezes que você sempre disse que aquele bolo era doce demais.
Peguei a caneca que havia deixado na mesinha de centro, e notei que a mesma estava trincada, e a porcelana da alça lascada.
Me assustei, e de repente a ficha caiu.
Tirei meus brincos, aquele que ganhei de presente de aniversário, cinco pedrinhas estavam faltando.
A alça da bolsa estava começando a descosturar.
Olhei no relógio, estava marcando 15h00
A bateria havia acabado, e nem percebi.
Foi aí então que, de repente a ficha caiu.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
sábado, 27 de julho de 2013
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Pra onde então ir?
És que acordo, me arrumo, e sigo
o caminho do dia a dia, como tenho feito no último um ano todos os dias. Nada
além do normal, 8hrs de um linda manhã de primavera. Apesar da paisagem ser
linda {me acostumei a ver beleza ali}, e eu estar acostumada com tudo aquilo diariamente,
estava cansada.
O trajeto estava sendo mais lento nos últimos meses, havia dias
que percorria-o correndo e feliz, para logo chegar a linha de chegada.
Havia
dias que eu enrolava na cama para tentar fugir do tal trajeto, havia dias de
escuridão, de chuva, de ventanias, e até mesmo de barulhos estranhos no tal
trajeto, e em dias assim a vontade era simplesmente não faze-lo.
Mas, de repente o caminho foi
interditado, havia uma mensagem, nada de aviso prévio, nada de preparação, nada
de nada, apenas uma escrita mal feita:
NÃO PODE MAIS SER PERCORRIDO,
INTERDITADO.
O que era aquilo? O fim?!
Acontece que naquele dia eu já
estava desanimada, e o tal cartaz só me trouxe uma certeza, a certeza mais
dolorosa de todas: Pra que seguir por um caminho onde havia o medo e a
felicidade? Pra que seguir por um caminho que não havia estabilidade? Pra que seguir
por um caminho que... Não me fazia tão bem quanto no começo?
No momento, sentei e chorei. Nem
sei por quanto tempo fiquei ali...
Alguns passavam e diziam: Pra que tudo isso?
Sabíamos que uma hora ele seria interditado, não fica assim, tem outros caminhos,
posso te dar uma carona e blá blá blá...
Não importa o que ouvia, o
caminho que eu queria era aquele.
Uma semana depois, não podia mais
não seguir.
Então és que acordo, me arrumo, e
sigo o caminho... O caminho novo, pela primeira vez completo, já havia começado
uma vez, mas tive medo e sempre voltei à rotina.
O medo era imenso, era tudo
novidade, e se...
Mas, as coisas mudaram. Não fui
eu que desisti do caminho, o caminho me abandonou.
E o novo estava lá, então tentei.
E qual foi minha surpresa logo de
cara? Era lindo, havia grama ao redor, ouvia o canto dos pássaros, haviam
amoras por todo o caminho ao chão.
ARRISQUEI e fui surpreendida, e
me fez bem.
No dia seguinte, o medo foi
maior... A tempestade veio, e naquele momento quis novamente desistir, mas ao
contrário do que eu esperava, a tempestade foi passageira e aquele céu que
tinha todos os motivos para permanecer cinzento, se abriu diante de mim, e o
sol novamente surgiu.
E conclui que: Se faz bem, não
pode fazer mal.
Há noites que sonho com o antigo
caminho, há dias que andando e observando todas as novidades, me dá uma saudade
daquele caminho rústico e até mesmo mal cuidado... Quando isso acontece, olho
pra frente, sorrio, e vejo que ao meu lado hoje há companhia.
Pode ser que um dia, um dia, o
antigo caminho seja reinaugurado, pode ser também que não...
De verdade? É isso que quero que
aconteça, que seja lindo novamente como um dia foi, que seja tratado e zelado
como de fato merece, por alguém que saiba talvez valoriza-lo e até mesmo
poda-lo quando possível.
Mas, tenho acordado todos os
dias, querendo desfrutar do novo caminho que me faz bem, cada vez mais e mais.
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