CUERDAS

Cordas, ganhou o Prémio Goya 2014, na categoria de Melhor Curta Metragem de Animação espanhol.
O filme conta a história de uma menina doce que vive num orfanato, e que criou uma ligação muito especial com um novo colega de classe que sofre de paralisia cerebral. É também uma obra que fala de valores e sonhos, cativando o espectador desde o primeiro ao último minuto.

Esse tal sorriso bobo...

Prometi não ter aquele sorriso bobo, aquele que me entrega, aquele que surge quando estou sozinha, mas também quando estou no ônibus, na aula, comendo, lendo, pegando no sono, aquele que surge do nada... Aquele mal educado, que surge sem pedir licença. O mesmo que não disfarça. As vezes rápido, as vezes torto, normalmente sem graça, mas gostoso de se pensar, gostoso de se lembrar, gostoso de se querer.

Prometi não mais pensar nele, no sorriso, consegui. Mas pensei em você, e ele apareceu. 

Prometi respirar fundo antes de ler a mensagem recebida, consegui. Mas ao ler teu nome, engasguei e sorri. 

Optei por fazer exercicios de concentração, os fiz. Mas pensei como seria engraçado e ridiculo te contar tudo isso, e, com isso, sorri. 

O sorriso bobo estava (e talvez ainda esteja) me consumindo, tomando conta, me dominando. Eu sei, eu sei que estou exercitando os musculos faciais, mas convenhamos, não há necessidade de se exercitar tanto assim.

Ok. 

Recorro ao google, e...

"Sorriso é um município brasileiro do estado de Mato Grosso com 81.470 habitantes localizado as margens da BR 163 no entrocamento com a BR 242. Capital Nacional do Agronegócio e maior produtor individual de soja do mundo..." 

Tá, informações relevantes. 

Me vi compartilhando isto contigo, sorri. 

Refinei a busca, e com ela, vários links com frases clichês, "um sorriso transmite tudo aquilo que nos somos e estamos a sentir...", "um sorriso pode valer mais que mil palavras...", "um sorriso não custa nada e cria muito..." ... 

Peguei o celular, comecei a escrever todas estas frases, eu tinha que te enviar tais frases clichês, sorri, pois lembrei do quanto achamos graça em frases assim.. Sorri, por perceber o que estava fazendo. Apaguei. 

Agora é pra valer. Sem você e sem sorriso. 

Ligo a tv, vejo algo sobre ciclos hidrológicos... Mudo de canal, e está passando o finalzinho do filme O último samurai... Desligo a tv. Ligo o computador, acesso o globo.com, noticias sobre Nova Zelândia, entro na página de culinária, há dez receitas para se fazer com o abacate... 

O sorriso se tornou do mal, e está me perseguindo... Resolvo então contar à você... e... 

"Sabia que eu amo esse seu sorriso bobo...?" 

E no final, colheremos.

 

As pessoas em massa dizem:  "Nesta vida, você colhe o que planta." Mas a verdade é que muitos dizem, alguns plantam, e, poucos, apenas poucos esperam para colher. 

Sabemos que vivemos num mundo ativo, com correria e 1001 afazeres (a grande maioria se enquadra ou ao menos deveria),  não fazemos pelos outros, mas queremos que façam por nós. Não amamos, mas queremos ser amados. Não cedemos, mas queremos que o mundo ceda. Reclamamos, mas achamos ruim quando os demais assim o fazem. Entramos numa redoma egoísta, fornecida e criada por cada um.  O que era bom, hoje é insuficiente, o gratuito tornou-se obrigação, o belo tornou-se comum. 

E aí questiono? Onde é mesmo que realizamos o: colher o que plantar?   Apesar de todo o avanço genético,  a semente X,  ainda, resultará no fruto X. 

Hipocrisia, mentira, descaso, geram... ?

Esse "lance" de plantar o bem para colher o bem, é o real. Sabemos que por muitas vezes não escolhemos as sementes certas, não aguamos sempre quando necessário (colocamos até a culpa no regador ou na tempestade que não veio), as pragas podem até vir e detonar geral o que estava desenvolvendo, mas... Haverá o dia, em que aquilo que você plantou com todo o zelo, irá germinar, e com certeza, esta será a melhor sensação de colheita, já feita.

Não importa...

"Não importa quantas vezes tenhamos que recomeçar, contanto que cada uma delas valha a pena..."

Foto: Acervo pessoal/2014 
Frase: Sinta o amor. 

Na memória

 

Memória: Capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informações disponíveis: 

- Internamente: No cérebro;

- Externamente: Em dispositivos artificiais. 

Independente da forma...  memória será, e, é, sempre memória.

Por muitas vezes armazenamos aquilo que mais queremos e gostamos, mas, as vezes mesmo sem querer as coisas ruins encontram caminho e se infiltram em nosso cérebro e ali permanecem. E de nada adianta tentar armazenar outras coisas ou até mesmo pessoas, quem sabe, (e acredite, já tentei), se a aquela memória tão pequena, ocupa um grande espaço. 

Sem contar que não basta ser memória, ela gruda, fixa, torna-se sombra, constante e permanente.

O medo é tanto, que de tanto não querer lembrar, lembramos. Lembramos daquilo que queríamos esquecer e sem querer (querendo, ou não) lembramos, tornando-a presente. 

Extraia o bom, mesmo em uma situação ruim...